Diagnóstico

É muito importante fazer exames de rastreio, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas; só assim poderá ajudar os médicos a detetar e tratar mais cedo o cancro. Se o cancro for detetado precocemente, a probabilidade do tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito mais elevada.

Um dos principais fatores que contribui para a identificação precoce de alterações na mama é o
autoexame da mama que deverá ser feito regularmente.

Em Portugal, o Ministério da Saúde recomenda a realização de rastreio de cancro da mama, utilizando mamografia a cada

2 anos

em mulheres com idade superior ou igual a 50 anos, até aos 69 anos (inclusive).

mamografia

A mamografia

A mamografia mostra, muitas vezes, um nódulo ou microcalcificações (agregados de pequenas partículas de cálcio) antes que este possa ser sentido ou palpado.

Se o médico identificar uma área anormal, pode pedir que seja repetida a mamografia num determinado período de tempo ou pode, ainda, ser necessário fazer uma biópsia. A biópsia é o exame que permite caracterizar o tipo de tumor (benigno ou maligno).

O diagnóstico de cancro da mama é essencialmente feito através de exame clínico, exames de imagens e biópsia.

Exame clínico

Mamografia

Ecografia

Biópsia

Exame clínico da mama

Durante um exame clínico da mama, o médico palpa as mamas em diferentes posições: em pé, sentada ou deitada. O médico pode pedir que levante os braços acima da cabeça, que os deixe caídos ou que faça força com as mãos contra as coxas.

O médico procura quaisquer diferenças entre as mamas, incluindo diferenças invulgares de tamanho ou forma. Na pele, é verificada a presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou outros sinais anormais. Os mamilos devem ser pressionados para verificar se existe alguma secreção ou perda de líquido.

O médico poderá examinar toda a mama, usando a ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações e/ou nódulos, a área axilar e a área da clavícula, primeiro de um lado e depois do outro (esquerdo e direito). Um nódulo apresenta, geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que alguém o consiga sentir ou palpar. Podem ser verificados os gânglios linfáticos perto da mama, para ver se estão inchados.

Ele também irá perguntar sobre a história familiar de cancro de mama, ou outros cancros e outras questões ginecológicas como se está ou não na menopausa. Se houver suspeita, ele pode requisitar um exame de imagem.

Exames de imagem

Mamografia de diagnóstico
A mamografia de diagnóstico é um raio-X de baixa intensidade da mama. As suas mamas serão posicionadas e pressionadas entre duas placas para produzir uma imagem nítida. Se a mamografia mostrar alterações suspeitas, serão feitos mais exames.

Ecografia (ultrasonografia)
A ecografia usa ondas sonoras de alta frequência para criar uma imagem do interior do corpo. Um aparelho portátil permite ao médico examinar as suas mamas e os gânglios linfáticos da axila. O ultrassom pode mostrar se um nódulo é sólido ou é um quisto cheio de líquido, indicando maior ou menor probabilidade de malignidade. Este exame pode ser usado em conjunto com a mamografia, como complemento imagiológico.

Ressonância Magnética
A ressonância magnética usa campos magnéticos e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas do interior do corpo. Um scanner de ressonância magnética geralmente é um tubo grande que contém ímanes poderosos. O doente fica dentro do tubo durante a digitalização, que leva entre 15 a 90 minutos.

Uma ressonância magnética pode ser usada em determinadas circunstâncias, por exemplo, em doentes com história familiar de cancro de mama, mutações BRCA, implantes mamários, cancros lobulares, se houver suspeita de tumores múltiplos ou se os resultados de outras técnicas de imagem não forem conclusivos.

A ressonância magnética também é usada para verificar se um tumor respondeu ao tratamento e para planear a terapêutica seguinte.

Biópsia
Quando há suspeita de cancro de mama, é feita uma biópsia do tumor antes que qualquer tratamento seja iniciado. A biópsia é feita com uma agulha, geralmente guiada por ecografia (ou algumas vezes por mamografia ou ressonância magnética, se o tumor não for visível na ecografia) para garantir que a biópsia é realizada na área correta da mama. A biópsia fornece aos médicos informações importantes sobre o tipo de cancro de mama.

Ao mesmo tempo que a biópsia é realizada, pode ser colocado um marcador no tumor para ajudar os cirurgiões a remover o tumor inteiro posteriormente. Este é um exame em que, através de agulhas finas, se podem colher amostras de tecido para serem analisadas ao microscópio.

Estadiamento

O estadiamento cirúrgico é baseado no exame do tecido removido durante a cirurgia. O estadiamento do cancro para determinar o tamanho e a disseminação (até onde o tumor se espalhou) do tumor é descrito usando uma sequência de letras e números. Para o cancro de mama, existem cinco estádios designados com números romanos de 0 a IV, tal como ilustrado a baixo. Geralmente, quanto menor o estádio, melhor o prognóstico.

O estadiamento do cancro é usado para descrever seu tamanho e posição, e se ele se espalhou de onde começou. O estadiamento clínico envolve um exame físico, exames de sangue e de imagens. Além da mamografia inicial, outros exames também podem ser necessários, incluindo uma tomografia computadorizada (TC) do tórax, uma ecografia, TC ou ressonância magnética do abdómen e uma cintigrafia óssea.

  • Estádio 0

    Cancro da mama pré-invasivo, o que significa que as células cancerígenas estão nos ductos mamários, mas ainda não começaram a disseminar-se.

  • Estádio I

    Estádio Precoce: Presença de células tumorais apenas na mama ou nos nódulos linfáticos próximos à mama e em pequenas áreas.

  • Estádio II

    Estádio Precoce/Localmente Avançado: tumor entre 20-50mm com células tumorais presentes nos gânglios linfáticos ou tumor superior a 50mm sem envolvimento ganglionar.

  • Estádio III

    Estádio Localmente Avançado: tumor superior a 50mm e que se espalhou da mama para os tecidos ou gânglios regionais ou tumor de qualquer tamanho com envolvimento de 4 a 9 gânglios linfáticos; ou envolvimento das estruturas circundantes à mama (costelas, músculos, pele ou tecido conectivo).

  • Estádio IV

    Estádio Avançado ou Metastático: Presença de tumor para além da mama, ou seja, em outras partes do corpo.

Esta classificação tem por base o sistema TNM que considera:

  • O tamanho do tumor (T);
  • Se houve invasão de gânglios regionais (N);
  • Se houve metastização, ou seja, se o cancro se espalhou para locais distantes (M).

Biópsia de gânglio
A biópsia de gânglio é uma parte importante do estadiamento. Para avaliar o envolvimento ganglionar aquando da cirurgia, geralmente é realizado um processo chamado biópsia de gânglio sentinela, no qual o gânglio sentinela (o primeiro gânglio para o qual as células cancerígenas têm maior probabilidade de se espalhar a partir de um tumor) é identificado, removido e verificado quanto à presença de células cancerígenas.

A aspiração por agulha fina de gânglios suspeitos é realizada para confirmar ou excluir a presença de metástases nesse local antes do início da terapia.

É um(a) profissional de saúde?

Aceda a estudos, serviços, eventos e informação sobre tratamento do Cancro da Mama.

Guia para o Cancro da Mama

Saiba tudo sobre a doença, descarregue o manual de orientação do doente oncológico.

VEJA TAMBÉM…

Voltar para o topo

Consultar referências

PT-NON-02643 09/2023