A existência de alguns fatores, tanto individuais como ambientais, pode influenciar o surgimento de um tumor de pele como o melanoma, designando-se como fatores de risco. O conhecimento destes fatores de risco permite estabelecer algumas estratégias de prevenção (nos fatores modificáveis) e vigilância, de forma a reduzir a sua incidência.
Os principais fatores de risco
A importância do fenótipo cutâneo
Quando falamos sobre o fenótipo da pele, referimo-nos às características da sua pele e da sua reacção à radiação solar.
- O primeiro passo é conhecer o fotótipo da pele, geneticamente determinado, que influencia a tendência da pele se bronzear e a haver maior susceptibilidade para esta se queimar com o sol. As pessoas com os fotótipos I e II, ou seja, com a pele mais clara, apresentam maior risco de desenvolver um melanoma.
- Do mesmo modo, as pessoas cuja cor do cabelo é loira – e especialmente o cabelo ruivo – bem como olhos de cor clara, têm maior predisposição para o diagnóstico de melanoma.
- Outro fator de risco é ter muitos sinais ou, em termos médicos, “nevos comuns”. Quanto maior o número, maior o risco de melanoma. Existe uma predisposição genética para o diagnóstico de melanoma, existindo ainda uma relação entre a exposição ao sol durante a infância e este diagnóstico.
- Os “nevos atípicos” (que consistem em sinais com algumas características particulares, nomeadamente: contorno mal definido e irregular de pelo menos 5 mm, cor variada e presença de inflamação) e os “nevos congénitos” (que temos de nascença e apresentam um tamanho maior de 5 mm) podem transformar-se em melanomas.
Antecedentes de melanoma
Um factor de risco conhecido é já ter um melanoma no passado, o que incrementa o risco do desenvolvimento de outro, que pode ocorrer numa zona da pele diferente do primeiro.
A presença de casos de melanoma num familiar directo, como pais, irmãos e até filhos, é outro factor de risco. Da mesma forma, foram encontradas alterações genéticas familiares que podem ter influência, como a mutação do gene CDKN2A. A mutação deste gene confere maior susceptibilidade para um maior número de nevos comuns e atípicos e posterior desenvolvimento para um melanoma numa idade mais precoce.
Exposição ao Sol
Existe uma relação entre a exposição à luz do sol e a ocorrência de melanoma. Mas, dependendo do tipo de exposição ao sol, também depende o tipo de tumor que se desenvolverá. Assim, a exposição intermitente ao sol (associada a actividades de lazer ao ar livre ou durante as férias) e queimaduras solares predispõem ao aparecimento de melanomas superficiais ou nodulares, enquanto a exposição solar crónica, relacionada com o trabalho ao ar livre, predispõe ao lentigo maligno.
Exposição à luz ultravioleta artificial
A exposição a luz artificial ultravioleta de forma intensa, como no caso das pessoas que recorrem a solários para se bronzear, aumenta a possibilidade de desenvolver este tumor de pele, especialmente se a exposição ocorrer antes dos 30 anos.
Outros fatores
Outros fatores de risco que influenciam a ocorrência deste tipo de cancro são: viver em latitudes próximas do sol ou a idade. Quanto ao sexo, na Europa, parece existir maior propensão no sexo feminino, ao contrário de outros continentes, como a Oceânia, onde a incidência é superior no sexo masculino. Também existe relação com o sistemia imunitário, sendo que a imunodepressão (por doença, após transplante ou fármacos) também é um factor de risco para o diagnóstico de melanoma.